Este texto mobiliza as reflexões de Hannah Arendt,
Jacques Rancière e Claude Lefort – três autores que se vinculam,
embora também se distanciem – para defender uma noção radical
de democracia, de acordo com a qual o conflito lhe seria
constitutivo. Neste sentido, o ensaio se propõe a mostrar que (i) o
conflito não é eliminável do espaço social; que ele emerge e se torna
visÃvel em ações polÃticas confrontacionais; (ii) que é possÃvel
distinguir o conflito polÃtico de uma diversidade de formas de
violência, ainda que eventualmente ele seja atravessado por
algumas delas; (iii) e que as ações polÃticas questionam os traçados
existentes do comum, movendo-se em uma relação que é tanto de
condicionamento quanto de transbordamento com respeito à s
formas institucionais.