O presente artigo busca discutir as contribuições conceituais que surgem do diálogo entre a teoria do reconhecimento e a ideia de democracia, a fim de explorar o problema das desigualdades. O texto começa com uma apresentação da teoria do reconhecimento de Axel Honneth. Em seguida, desenvolvem-se algumas das principais ideias de Dewey, de modo a evidenciar as consequências delas sobre a teoria de Honneth. Desse frutÃfero diálogo, nasce uma abordagem democrática da justiça que tem, pelo menos, cinco pontos fortes: (1) adota uma concepção não institucional de polÃtica; (2) parte da constatação da opressão; (3) ultrapassa a dualidade entre público e privado; (4) opera com uma visão não homogeneizadora de igualdade; e (5) quebra a cristalizada dicotomia entre indivÃduo e comunidade, que alimenta a suposta oposição entre liberalismo e comunitarismo.
This article seeks to discuss the conceptual contributions that emerge from the dialogue between the theory of recognition and the idea of democracy, in order to explore the problem of inequalities. The article starts with a presentation of Axel Honneth’s theory of recognition. Next, it develops some of the core ideas of John Dewey, showing their implications on Honneth’s theory. From this fruitful dialogue, a democratic approach to justice comes out, and the paper argues that it has five main strengths: it adopts a non-institutional concept of politics; (2) it starts with the observation of oppression; (3) it overcomes the duality between public and private; (4) it develops a non-homogenizing notion of equality; and (5) it breaks the crystallized dichotomy individual/community that pervades the often presumed opposition between liberalism and communitarism.