Democracia maquiaveliana: controlando as elites com um populismo feroz

Revista Brasileira De Ciência Política

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ISSN: 1033352
Editor Chefe: Luis Felipe Miguel e Flávia Biroli
Início Publicação: 31/12/2008
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciência política

Democracia maquiaveliana: controlando as elites com um populismo feroz

Ano: 2013 | Volume: 0 | Número: 12
Autores: John P. McCormick
Autor Correspondente: [email protected] | [email protected]

Palavras-chave: Maquiavel; democracia; elites; responsividade.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este ensaio demonstra que o pensamento político de Maquiavel lida com as deficiências de dois polos opostos da teoria democrática contemporânea. Assim como fazem as abordagens formais ou minimalistas, ele especifica mecanismos eleitorais para o controle das elites; e de modo similar às abordagens da cultura substantiva ou cívica, encoraja modos mais diretos e robustos de participação popular. Com base nisso, seleciono aspectos dos Discursos de Maquiavel que proporcionam uma teoria da democracia na qual a população escolhe as elites que assumirão o poder, mas também as patrulha constantemente por meio de instituições e práticas extraeleitorais, como os tribunos do povo, as denúncias públicas e as petições populares. Maquiavel acrescenta a essas características do governo popular uma dimensão cultural importante: o povo deve desdenhar as elites, desconfiar delas e enfrentar ativamente a injustiça inevitavelmente acarretada pela elite governante. Finalmente, exploro as ramificações dessa teoria para os debates sobre a responsabilidade das elites na teoria democrática contemporânea.



Resumo Inglês:

This essay demonstrates that Niccolò Machiavelli's political thought addresses the deficiencies of two opposite poles of contemporary democratic theory: As do formal or minimalist approaches, he specifies electoral mechanisms for elite control; and similar to substantive or civic culture approaches, he encourages more direct and robust modes of popular participation. On these grounds, I cull from Machiavelli's Discourses a theory of democracy in which the populace selects the elites who will hold office but also constantly patrols them through extra electoral institutions and practices, such as the tribunes of the people, public accusations, and popular appeals. Machiavelli adds to these institutional features of popular government an important cultural dimension: The people should despise and mistrust elites, and they should actively confront the injustice that elite governing inevitably entails. Finally, I explore the ramifications of this theory for debates over elite accountability in contemporary democratic theory.