A discussão a respeito dos desajustes globais passou a ganhar espaço no debate acadêmico a
partir de meados da década de 1990, acentuando-se a partir dos anos 2000, ante o agravamento
do déficit em transações correntes americano. A contrapartida do aumento da posição devedora
lÃquida dos Estados Unidos foi a geração de excepcionais superávits em transações correntes
em algumas economias, como Alemanha, Japão e, sobretudo, China. Não obstante, em muitas
economias periféricas, o aumento das reservas internacionais decorreu preponderantemente do
ingresso de fluxos de capitais estrangeiros. Ou seja, muitas delas constituÃram reservas vulneráveis.
Neste sentido, este artigo tem o propósito de discutir a inserção das economias da periferia no
ambiente de crescentes desajustes globais. Argumenta-se que esta inserção é diferenciada e que
os paÃses da periferia deveriam aproveitar os contextos favoráveis no ambiente internacional para
constituir reservas internacionais a partir da geração de superávits em conta-corrente.
The discussion about the global imbalances began to gain more space in academic debate
since the mid-1990s. In the 2000s this discussion was intensified because of the worsening
U.S. current account deficit. The counterpart of the United States as a net debtor nation was the
excessive current account surplus in some economies like Germany, Japan and especially China.
Nevertheless, in many peripheral economies the increase of the international reserves resulted
principally of capital inflows. That is, many peripheral economies constituted vulnerable reserves.
In this sense, the paper has the purpose of discuss the peripheral economies’ insertion in the
global imbalances environment. I argue that this insertion is differentiated and that the peripheral
countries should use the favorable international environment to constitute international reserves
by current account surplus.