Dando ênfase à especificidade de megaeventos, em contraste com outros projetos e polos de desenvolvimento, este trabalho analisa impactos da Copa do Mundo de Futebol de 2014, na Região Me-
tropolitana do Recife, Pernambuco. Examina intervenções urbanas associadas à construção da Arena e ao evento da FIFA. Foca violações de direitos humanos e desapropriações decorrentes deste
projeto de investimento. Discute a busca de uma imagem positiva internacionalmente e contradições no discurso sobre legados. As vantagens enfatizadas pelos promotores do projeto, são examina-
das como frágeis. São contrapostas às ações de resistência dos atingidos na sua busca de mitigação/compensação nas suas estratégias de vida cotidiana, danificadas pelo governo. Uma análise do controle do tempo, e seus efeitos deletérios, nas práticas de resistência dos atingidos, que residiam no Loteamento São Francisco, e na sua aliança com o Comitê Popular da Copa, mostra as tentativas de resistir as sérias violações de direitos humanos.