Este artigo apresenta parte dos resultados de uma pesquisa, que versa sobre o processo de integração da educação infantil ao sistema municipal de educação de São Paulo. Teve por objetivo investigar as ações do poder público paulistano, no contexto da configuração da educação infantil como primeira etapa da Educação Básica, no período de 2001 a 2004. Ao considerar a trajetória histórica das creches paulistanas e das Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) e as tensões e embates que delimitaram a educação infantil, evidenciou-se que o processo de integração focou a transferência das creches, concentrando, administrativamente, o atendimento às crianças de 0 a 6 anos na Secretaria da Educação. No entanto não foi capaz de integrar creches e pré-escolas; ao contrário, estruturou uma política educacional cindida, diferenciada e diferenciadora, na qual foram desconsideradas as crianças como grupo social e a infância como categoria estrutural da sociedade.
This article shows the results of the research into the Early Childhood Education integration process in the municipal education system in São Paulo city. It focused on investigating the actions taken by the municipal administration in the configuration of Early Childhood Education (ECE) as the first stage of Brazilian Basic Education in the period from 2001 to 2004. When taking the history of the child care into account as well as the tension and struggling that formed the ECE during the integration progress we managed to highlight that this integration process focused on transferring the child care from the Department of Social Services to the Department of Education. However, such change was not capable of integrating child care into preschool, on the contrary it constructed a divided educational policy that divide the children neglecting them as a social group and childhood as a category of the social structure.