O artigo tem como intenção tratar das propostas metodológicas de Edward Said, enfatizando a forma como o autor discute o “imperialismo” em âmbito cultural. Pretende-se abordar de que modo esse autor contribui para a proposição de alternativas à sociologia hegemônica, ao mostrar que as formações discursivas das ciências sociais, ao trazerem em seu corpo de conhecimento as categorias ditas coloniais, deixam de dar conta da variedade das realidades que visam analisar. Como forma de se contrapor aos discursos hegemônicos, ele faz o elogio das narrativas globais que dão visibilidade à pluralidade de experiências, vivências e pontos de vista dos colonizados, mas principalmente às interdependências entre colonizadores e colonizados.
The article addresses the methodological proposals of Edward Said, emphasizing how the author discusses the “imperialism” in the cultural sphere. It is intended to address how this author proposes alternatives to the hegemonic sociology by showing that the discursive formations of the social sciences, since they bring colonial categories in their core, no longer cope with the variety of realities they seek to analyze. As a way to counter the hegemonic discourses, he does praise the global narratives that give visibility to the plurality of experiences and views of the colonized, but especially to the interdependencies between colonizers and colonized.