Descrevendo línguas brasileiras: yaathe, a língua dos índios fulni-ô

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ISSN: 1517-7874
Editor Chefe: Sulemi Fabiano Campos
Início Publicação: 31/05/1999
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Linguística

Descrevendo línguas brasileiras: yaathe, a língua dos índios fulni-ô

Ano: 2015 | Volume: 17 | Número: 1
Autores: Januacele da Costa
Autor Correspondente: J. Costa | [email protected]

Palavras-chave: Línguas Indígenas Brasileiras; Descrição; Yaathe

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Tratamos, neste texto, de apresentar uma discussão proposta para a Mesa-redonda sobre Linguística e Línguas indígenas, por ocasião do VII ECLAE, realizado na UFRPE, Campus Garanhuns-PE. Por volta de 1500, época em que os Portugueses chegaram ao Brasil, aqui eram faladas, de acordo com Rodrigues (1993), mais de 1200 línguas nativas.
Hoje, o cálculo mais difundido para a situação atual é que existem 350 mil pessoas e 206 etnias, com cerca de 180 línguas, das quais a grande maioria se encontra na região amazônica, para uma população que se distribui em 41 famílias, dois troncos, uma dezena de línguas isoladas. Durante a colonização, as políticas de extermínio ou de integração dos povos indígenas dizimaram os povos nativos e/ou suas línguas de uma forma brutal. No território hoje conhecido como Região Nordeste, onde a exploração aconteceu mais cedo, somente uma língua sobrevive,
funcionalmente, até os dias atuais. Trata-se da língua Yaathe falada pelos Fulni-ô, que vivem no município de Águas Belas/PE. Da maior parte das línguas desaparecidas, não se tem qualquer registro porque elas não
foram descritas. Assim, o texto compõe-se de uma breve introdução sobre perspectivas de estudos linguísticos que vieram a contribuir para o trabalho com línguas ágrafas, de um panorama da descrição de línguas
indígenas no Brasil e da apresentação de alguns aspectos da tarefa de descrever línguas ágrafas, tomando como exemplo para essa última questão dados da língua Yaathe, em três níveis de análise (fonologia, morfologia e sintaxe).