O presente artigo discute as possibilidades criativas e interpre-tativas da écfrase, apresentando uma abordagem um pouco distinta da técnica de oratória proposta pelos antigos retores gregos. As aproximações entre poesia e artes visuais são investigadas antes mesmo da consolidação dos estudos comparados e ganharam mais espaço a partir da modernidade, principalmente a partir do momento em que poetas e artistas da imagem passam a organizar movimentos de vanguarda na Europa. No Brasil isso se intensifica com a Semana de Arte Moderna de 1922 e influencia de maneira significativa as gerações seguintes. No intuito de estimular o debate, ana-lisamos o poema “Descrição de homem”, do poeta baiano Roberval Pereyr, trazendo a écfrase em uma perspectiva contemporânea e as imagens que são proporcionadas a partir dela.
This article discusses the creative and interpretive possibilities of the ekphrasis, presenting a slightly different approach from the oratory technique proposed by the ancient greek speakers. The approximations between poetry and visual arts are investigated even before the consolidation of com-parative studies and gained more space from modernity, especially from the moment when poets and image artists started to organize avant-garde movements in Europe. In Brazil, this intensified with the Modern Art Week of 1922 and significantly influenced the following generations. In order to stimulate the debate, we analyzed the poem “Descrição de homem”, by the brazilian poet Roberval Pereyr, bringing the ekphrasis in a contemporary perspective and the images that are provided from it.