O presente artigo contextualiza a fotografia como documento arquivístico carregado de informações capazes de revelar o contexto de produção e transparecer aspectos socioculturais portadores de potencialidades interpretativas. Desta forma, esta pesquisa teve o objetivo de evidenciar os elementos de descrição arquivística adotados pela Fototeca da Fundação Pierre Verger (FPV) frente aos possíveis discursos polissêmicos da fotografia. Configura-se como estudo descritivo, uma vez que buscou descrever de forma contextualizada determinado fenômeno ou objeto; neste caso, a Fototeca online da FPV. A pesquisa também se caracteriza como documental, cujos métodos adotados foram o de estudo de caso e a observação direta da Fototeca. Mediante a análise dos dados, constatou-se que as atividades de descrição da FPV se dão do geral para o particular, em uma estrutura hierárquica e temática, que, consolida-se como atividade intelectual provedora de possibilidades de compreensão mútua entre a objetividade e subjetividade presente nas fotografias. Portanto, considerando os aspectos informacionais e nuances interpretativas que permeiam o documento fotográfico, entende-se que a descrição arquivística pode favorecer o processo de apropriação da informação orgânica e na interpretação de conteúdos socioculturais cristalizados na fotografia.