INTRODUÇÃO: A síndrome da imunodeficiência adquirida foi reconhecida pela primeira vez nos Estados Unidos em 1981, havendo disseminação global nas últimas quatro décadas. Apesar de o número de novas infecções em crianças estar reduzindo, ainda continua inaceitavelmente alto, provocando imunossupressão grave caso o tratamento não ocorra oportunamente.
OBJETIVOS: descrever o perfil epidemiológico das crianças expostas verticalmente ao HIV atendidas em um hospital terciário referência em Santa Catarina.
METODOLOGIA: estudo observacional, descritivo com coleta de dados retrospectiva no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2020 pelo CID Z 206 (contato com e exposição ao vírus da imunodeficiência humana - HIV). A pesquisa foi aprovada no Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos (CEP) da instituição.
RESULTADOS: foram 678 prontuários analisados, com 579 (85,4%) brancos, 348 (51,0%) do sexo masculino, idade média de 324 dias e diagnóstico materno do HIV anterior à gestação em 434 (64,0%) casos. A maioria dessas, 601 (88,6%), usou terapia antirretroviral. A quantificação de RNA-HIV (carga viral) em 414 (61,0%) gestantes foi indetectável e 376 (55,4%) casos receberam zidovudina (AZT) endovenosa no parto. A primeira carga viral dos expostos foi indetectável em 653 (96,3%) pacientes e 667 (98,3%) não receberam aleitamento materno. Quatorze pacientes (2%) confirmaram a infecção pelo HIV e todos iniciaram o tratamento antirretroviral.
CONCLUSÃO: A maioria das gestantes que vive com HIV realizou pré-natal conforme preconizado, contudo com alta prevalência de sífilis. A taxa de recém-nascidos reagentes para o HIV foi equivalente à literatura, porém com pré-natal incompleto.
INTRODUCTION: Acquired immunodeficiency syndrome was first recognized in the United States in 1981, with global spread in the last four decades. Although the number of new infections in children is decreasing, it still remains unacceptably high, causing severe immunosuppression if treatment is not carried out in a timely manner.
OBJECTIVES: to describe the epidemiological profile of pediatric patients vertically exposed to HIV treated at a tertiary referral hospital in Santa Catarina.
METHOD: an epidemiological, observational, analytical, cross-sectional study with retrospective data collection from January 2015 to December 2020 by CID Z 206 (contact with and exposure to the human immunodeficiency virus - HIV). The research was approved by the Ethics and Research Committee on Human Beings (CEP) of the institution.
RESULTS: There were 678 medical records analyzed, with 579 (85.4%) white, 348 (51.0%) males, mean age of 324 days and maternal diagnosis of HIV prior to pregnancy in 434 (64.0%) cases. Most of these, 601 (88.6%), used antiretroviral therapy. Viral RNA (viral load) in 414 (61.0%) pregnant women was undetectable and 376 (55.4%) underwent intravenous zidovudine at delivery. The first viral load of those exposed was undetectable in 606 (89.3%) patients and 667 (98.3%) were not breastfed. Fourteen patients (2%) confirmed HIV infection, and all started antiretroviral therapy.
CONCLUSION: Most pregnant women living with HIV had adequate prenatal care, however, with a high prevalence of syphilis. The rate of HIV-positive newborns was equivalent to the literature, but with incomplete prenatal care.