DESENVOLVIMENTO DE LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA ASSOCIADO AO USO DE ANTICORPO MONOCLONAL NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA
Episteme Transversalis
DESENVOLVIMENTO DE LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA ASSOCIADO AO USO DE ANTICORPO MONOCLONAL NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA
Autor Correspondente: Juliana Araújo Ferreira, Felipe Mactavisch da Cruz | [email protected]
Palavras-chave: Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva, Esclerose Múltipla, Natalizumab, Virus John Cunningham
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (LEMP) é uma rara doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), causada pela reativação do vírus John Cunningham (VJC), que pode reativar em um ambiente de imunossupressão celular, se espalhar e levar a uma infecção dos oligodendrócitos e consequente desmielinização. Recentemente, foi descrito casos de LEMP em indivíduos com doenças autoimunes, como Esclerose Múltipla (EM) em tratamento com anticorpos monoclonais (mAb). A EM é a patologia desmielinizante mais comum do SNC, e nos últimos anos foram desenvolvidas terapias que permitiram o controle de recaídas clínicas. Dentre elas, destaca-se o Natalizumab, um mAb, responsável por impedir a adesão e a migração de linfócitos T ativados para o SNC. O Natalizumab obteve muitos êxitos no controle da fase inflamatória da doença, mas veio com riscos associados. Casos fatais de LEMP relacionados com infecção por VJC foram descritos durante o tratamento. O desenvolvimento desse novo fármaco trouxe uma melhora significativa nos casos de EM, mas ainda assim há necessidade de se fazer uma investigação sobre o histórico médico dos pacientes com esclerose múltipla, verificar a positividade para o VJC, avaliar e informar sobre o risco/ benefício de tratamento com Natalizumab. Evitando, dessa forma, expor os pacientes com EM ao risco de desenvolverem LEMP, uma doença progressiva e que pode ser fatal. Esta revisão bibliográfica tem como objetivo reunir dados para compreender a relação e os riscos associados entre o uso de Natalizumab e o desenvolvimento da LEMP.