O artigo aborda a trilogia Gaúcho a pé, escrita por Cyro Martins, que retrata a transformação do peão montado em um gaúcho a pé, percorrendo novos caminhos em meio às mudanças sociais no espaço rural e urbano. O autor desconstrói a imagem tradicional do gaúcho valente e feroz, apresentando personagens que vivem em um mundo de incertezas e desigualdades. A identidade do gaúcho é discutida como uma construção social, relacionada ao senso de pertencimento a uma comunidade imaginada, onde força, habilidade com o cavalo e coragem são características valorizadas em meio ao desenvolvimento sociocultural. Essa identidade foi utilizada em discursos políticos e sociais, mas também foi moldada de acordo com os interesses dos grupos dominantes. O objetivo do artigo é refletir criticamente sobre a presença dos peões tropeiros na formação do Rio Grande do Sul, com foco na cidade de Cruz Alta, e a transformação desses peões em gaúchos a pé. A metodologia utilizada consiste em uma revisão bibliográfica sobre temas como peões tropeiros e a identidade do gaúcho a pé.