Inspirada nos projetos realizados pelas Guerrilla Girls, que desde meados da década de 1980 denunciam a desigualdade de gênero no mundo artístico, neste trabalho apresento estatísticas que demonstram a persistente subrepresentatividade feminina na direção de instituições de arte. Para além de uma mera contabilidade, e baseando-me na literatura sobre o tema, tentarei problematizar as situações encontradas, discutindo algumas explicações, desdobramentos e alternativas. O foco aqui será enfatizar certas estruturas que levam à menor presença (ou completa ausência em alguns casos) de mulheres nos cargos de direção de museus e exposições, tomando como estudo de caso a Bienal de São Paulo em suas 32 edições (1951-2016).
Inspired by Guerrilla Girls’ projects, which since the mid-1980s have denounced gender inequality in the artistic world, in this article I present statistics that reflect the recurrent underrepresentation of women in the direction of art institutions. Beyond mere accounting, I intend to analyze the scenario based on the literature on the subject, discussing some explanations, unfolding events and alternatives. The focus here is to highlight certain structures that lead to the lowest number (or complete absence in some cases) of women in the directorship positions of museum and art exhibitions, taking as a case study the São Paulo Biennial throughout its 32 editions (1951-2016).