O processo de envelhecimento populacional no Brasil, decorrente da queda nas taxas de natalidade e mortalidade infantil e do aumento na expectativa de vida, acarreta mudanças na mortalidade da população, que deixa de ser caracterizada por processos tipicamente agudos, passando a ser caracterizada principalmente por processos crônicos, que geram anos de utilização do sistema de saúde. Essa mudança representa um problema para o setor saúde, que não está totalmente preparado para acolher essa população e tratar de forma adequada seus problemas crônicos de saúde. Nesse sentido, a compreensão das desigualdades na mortalidade por doenças crônicas entre idosos e sua associação com indicadores socioeconômicos no paÃs pode ser de grande ajuda na promoção de saúde para essa população. Assim, utilizou-se no presente estudo a análise estatÃstica de dados epidemiológicos, populacionais e socioeconômicos com a finalidade de analisar as desigualdades e contribuir na discussão de ações eficientes na manutenção e promoção da saúde da população idosa. Percebeu- se que as regiões Norte e Nordeste apresentam piores indicadores socioeconômicos e menores taxas de mortalidade por doenças crônicas, além de estarem em um estágio inicial ou intermediário de envelhecimento populacional. Em contrapartida, as UF que compõem as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam um estágio mais avançado de envelhecimento, melhores indicadores socioeconômicos e maiores taxas de mortalidade por doenças crônicas. Percebe-se, assim, a necessidade de uma abordagem diferenciada para o controle das doenças crônicas no Brasil e para a promoção da saúde da população idosa.