A história do pensamento ocidental, desde seus primórdios na Grécia Antiga até os
tempos atuais, é transpassada pela questão de Deus, que mantém a sua relevância
mesmo no contexto pós-metafÃsico no qual estamos inseridos. A busca pelo
significado derradeiro da existência humana justapõe a questão do homem à questão
de Deus, que adquire, dessa forma, um status imperativo. Mas, como articular o
discurso sobre Deus na atual conjuntura, caracterizada por uma visão materialista e
imediatista da existência humana? Em nossa reflexão, buscamos analisar as
perspectivas da linguagem em relação à abordagem de Deus. Verificamos a
impossibilidade da utilização de uma linguagem determinativa, com pretensões de
definições últimas, no discurso sobre o Absoluto, visto que a experiência de Deus
suscita múltiplas representações, sendo todas elas visões parciais de uma realidade
inacessÃvel ao cálculo racional. Diante disso, buscamos percorrer a via delineada por
Emmanuel Levinas, que não se apressa em nomear o Infinito, mas aborda sua
significação a partir da trama ética. Consideramos esperançosa tal abordagem, frente
aos desafios que se apresentam nos tempos contemporâneos.
The history of western thought, since its beginning in ancient Greece up to now, is
surrounded by God, who has kept his relevance even in the post - metaphysical
context in which we are in. The ultimate search for the real meaning of human
existence juxtaposes mankind and God, therefore it acquires an imperative status.
However, how does one formulate the speech about God nowadays, when there is a
materialistic view of human existence? In this reflection, we intend to analyze the
perspectives of language in relation to God. It is identified the impossibility of use of
certainty in language, claiming correct definitions in the speech about The Absolute,
since that the experience of God raises multiple interpretations, and all of them are
partial views of an inaccessible reality to the rationale. Therefore, we tend to follow
Emmanuel Levinas’ line of thought which does not rush to name the Infinity, but deals
with its meaning through ethics. Taking into account the challenges of today’s world
such approach is here considered plausible.