Devaneio excessivo em adultos: revisão de escopo

Revista Brasileira de Terapias Cognitivas

Endereço:
Avenida Iguassu - Petrópolis
Porto Alegre / RS
90470430
Site: https://www.rbtc.org.br/edicao_atual.asp?ed=46
Telefone: (19) 3633-1624
ISSN: 1808-5687
Editor Chefe: Carmem Beatriz Neufeld
Início Publicação: 12/07/2024
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde

Devaneio excessivo em adultos: revisão de escopo

Ano: 2025 | Volume: 21 | Número: 1
Autores: Soane Regina de Jesus Lima, Walter Lisboa
Autor Correspondente: Soane Regina de Jesus Lima | [email protected]

Palavras-chave: psicopatologia, fantasia, imaginação, transtornos mentais

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O devaneio excessivo (DE) é uma atividade cognitiva imersiva que atrai crescente interesse na pesquisa. Este estudo mapeou as evidências do DE e interação com outras variáveis psicológicas e clínicas. Foram analisados 21 estudos de cinco bases de dados: Scielo, Pepsic, LILACS, PsycInfo e PubMed Central, seguindo as diretrizes do Instituto Joanna Briggs e PRISMA. Ser jovem, solteiro, ter experiências adversas na infância e estar em isolamento social foram condições associadas ao DE. O DE também apresentou relação com pessoas que adotam estratégias de enfrentamento evitativas, apresentam dificuldades em buscar apoio emocional, têm padrões perfeccionistas e apego inseguro. O DE também se relacionou com uso problemático de internet, redes sociais, consumo excessivo de álcool e adoração a celebridades. O DE foi observado em associação a transtornos psiquiátricos, como ansiedade e depressão, e a dificuldades nas funções executivas e na regulação emocional, frequentemente agravadas pelo estresse. O reconhecido impacto psicológico do fenômeno demanda investigações mais amplas, com foco em diferentes grupos populacionais, para aprofundar o conhecimento sobre a relação entre o DE e suas comorbidades, além de investigar estratégias de tratamento que atendam de maneira mais eficaz essa condição.



Resumo Inglês:

Maladaptive Daydreaming (MD) is an immersive cognitive activity that is becoming an increasingly significant topic in research. This study mapped the evidence of ED and its interaction with other psychological and clinical variables. Twenty-one studies were analyzed from five databases: Scielo, Pepsic, LILACS, PsycInfo and PubMed Central, following the guidelines of the Joanna Briggs Institute and PRISMA. Being young, single, having adverse childhood experiences and being in social isolation are conditions that have been associated with MD. MD was also associated to avoiding coping strategies, having difficulties seeking emotional support, having perfectionist patterns and insecure attachment. MD was also associated with problematic use of the internet, social networks, excessive alcohol consumption and celebrity worship. MD has often been observed in association with psychiatric disorders, such as anxiety and depression, and to difficulties in executive functions and emotional regulation, often aggravated by stress. The recognized psychological impact of the phenomenon calls for more extensive research, focusing on different population groups, to deepen knowledge about the relationship between ED and its comorbidities, as well as investigating treatment strategies that more effectively address this condition.



Resumo Espanhol:

La Ensoñación excesiva (EE) es una actividad cognitiva inmersiva que ha despertado un creciente interés en la investigación. Este estudio mapeó la evidencia sobre la EE y su interacción con otras variables psicológicas y clínicas. Se analizaron 21 estudios de cinco bases de datos: Scielo, Pepsic, LILACS, PsycInfo y PubMed Central, siguiendo las directrices del Instituto Joanna Briggs y PRISMA. Ser joven, soltero, haber experimentado adversidades en la infancia y estar en aislamiento social fueron condiciones asociadas a la EE. La EE también mostró relación con personas que emplean estrategias de afrontamiento evitativas, presentan dificultades para buscar apoyo emocional, poseen patrones perfeccionistas y estilos de apego inseguro. Además, se ha vinculado con el uso problemático de internet y redes sociales, el consumo excesivo de alcohol y la adoración a celebridades. La EE se ha observado con frecuencia en asociación con trastornos psiquiátricos, como la ansiedad y la depresión, así como con dificultades en las funciones ejecutivas y en la regulación emocional, agravadas en muchos casos por el estrés. El impacto psicológico reconocido de este fenómeno exige investigaciones más amplias, centradas en diferentes grupos poblacionales, con el fin de profundizar en la relación entre la EE y sus comorbilidades, además de explorar estrategias de tratamiento más eficaces para abordar esta condición.