O presente artigo tem a pretensão de convidar o leitor a refletir sobre os diálogos tônicos que ocorrem
com crianças surdas no contexto da Educação Infantil, especificamente no Instituto Nacional de
Educação de Surdos, localizado no Rio de Janeiro. Pelo olhar da Psicomotricidade, dos estudos sobre
surdez e da filosofia nietzschiana que aborda o corpo como vontade de potência, são apresentados
recortes de uma pesquisa de campo com crianças que possibilitam ampliar as reflexões e repensar as
práticas e os diálogos estabelecidos com crianças surdas através de seus corpos: o que se evidencia, o
que se aprisiona e o que se potencializa? Como olhar para as crianças surdas em suas potencialidades a
partir dos diálogos tônicos estabelecidos? Como empoderá-las diante de uma sociedade que não
reconhece o valor dos sujeitos surdos? A Psicomotricidade traz possibilidades de desenvolver outras
formas potentes não só de comunicação, mas também de atuação e apreensão do mundo em que
vivem. Através de uma educação psicomotora, é possível perceber o corpo como fio condutor de todo
esse processo e as crianças são convidadas a perceberem seus corpos pela saúde e pela sua força. A
deficiência é afirmada, mas se torna algo menor diante de tantas possibilidades vitais, potentes e
relacionais.