Diagnóstico e tratamento da reativação da doença de chagas no pós-transplante: uma revisão integrativa da literatura

Revista Brasília Médica

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ISSN: 2236-5117
Editor Chefe: Eduardo Freire Vasconcellos
Início Publicação: 01/09/1967
Periodicidade: Anual
Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Enfermagem, Área de Estudo: Medicina, Área de Estudo: Saúde coletiva

Diagnóstico e tratamento da reativação da doença de chagas no pós-transplante: uma revisão integrativa da literatura

Ano: 2022 | Volume: 59 | Número: Não se aplica
Autores: João Vitor Ponciano Gama, Eduarda Dias Carrijo da Costa, Wylisson Marcelo Almeida Lins, Ana Clara Pinheiro Andrade, Mariana Alfena Ostwald, Marcelle de Almeida Viana, Luiza Penido Campos, Cristina Maria Monteiro Dantas
Autor Correspondente: João Vitor Ponciano Gama | [email protected]

Palavras-chave: TRYPANOSOMA CRUZI, DOENÇA DE CHAGAS, CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA, TRANSPLANTE, INFECÇÃO LATENTE.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Revisar a literatura a respeito do seguimento pós-transplante dos portadores de Trypanosoma cruzi e da prevenção, diagnóstico e tratamento da reativação da doença de Chagas.
MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa com estudos publicados nos últimos 5 anos na BVS, SciELO e PubMed, pelos descritores “Chagas Disease”, “Transplantation” e “Reactivation”. Incluíram-se revisões sistemáticas, metanálises, estudos observacionais, experimentais e de validação, guidelines, livros e documentos. Excluíram-se relatos e séries de caso, revisões não-sistemáticas, teses e dissertações, artigos duplicados e fora do tema, resultando em 8 estudos empregados nesse trabalho.
RESULTADOS: Apesar da variedade de imunossupressores e da falta de consenso sobre a combinação dessas drogas, micofenolato mofetil associa-se a maior risco de reativação. O grau de imunossupressão também tem relação com a reativação. As técnicas de PCR e RT-PCR, bem como um anticorpo policlonal anti-T. cruzi, mostram-se eficazes para o diagnóstico precoce e controle do tratamento, em detrimento da baixa sensibilidade dos métodos convencionais. As alterações cardíacas observadas na reativação são similares aos achados da rejeição ao enxerto. O diagnóstico diferencial entre ambos é imprescindível, já que apresentam tratamentos totalmente diferentes e um aumento da imunossupressão pode agravar o quadro parasitário. O monitoramento deve ser rotineiro, não existindo, entretanto, evidências suficientes que suportem a profilaxia.
CONCLUSÕES: O estabelecimento de uma imunossupressão adequada, o rastreamento rotineiro da reativação e a disponibilidade de tratamento eficaz consolidam o transplante como uma terapêutica viável e segura para os pacientes chagásicos.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To review the literature regarding the post-transplant follow-up of Trypanosoma cruzi carriers and the prevention, diagnosis and treatment of Chagas disease reactivation.
METHODS: This is an integrative review with studies published in the last 5 years in VHL, SciELO and PubMED, by the descriptors “Chagas Disease”, “Transplantation” and “Reactivation”. Systematic reviews, meta-analyses, observational, experimental and validation studies, guidelines, books and documents were included. Case reports and case series, non-systematic reviews, theses and dissertations, duplicate and off-topic articles were excluded, resulting in 8 studies used in this work.
RESULTS: Despite the variety of immunosuppressive medications and the lack of consensus on the combination of these drugs, mycophenolate mofetil is associated with higher risk of reactivation. The degree of immunosuppression is also related to reactivation. The PCR and RT-PCR techniques, as well as a polyclonal anti-T. cruzi antibody, have shown to be effective for early diagnosis and treatment control, to the detriment of the low sensitivity of conventional methods. The cardiac changes seen in reactivation are similar to the findings of graft rejection. The differential diagnosis between both is essential, since they present totally different treatments and an increase in immunosuppression can worsen the parasitic condition. Monitoring has to be a routine, but there is not enough evidence to support prophylaxis.
CONCLUSIONS: The establishment of adequate immunosuppression, routine screening for reactivation and the availability of effective treatment consolidate transplantation as a viable and safe therapy for chagasic patients.