A proposta deste ensaio é discutir, sob a inspiração da alegoria kafkaniana do guarda diante da lei, aspectos teóricos e práticos do acesso à justiça, a partir de um quadro empÃrico delimitado: a negação do acesso à justiça para mulheres em situação de violência doméstica. No texto de Kafka, o sacerdote manco e Josef K. encarnam uma representação da própria alegoria do guarda diante da lei. A relação entre os personagens, sob o aspecto do acesso à justiça enquanto direito fundamental, nos convida a reflexão sobre a uma atuação diligente quanto aos modos de produção, prevenção e coibição da violência doméstica e familiar contra as mulheres, nos termos art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal brasileira.