O artigo pretende contribuir com as reflexões sobre as possibilidades de regionalização de determinado território, compreendendo o papel protagonista de uma região construída a partir dos condicionantes históricos, econômicos, culturais, físico-naturais, ou seja, a partir da ação humana que modifica paisagens e aproxima pessoas, em torno de objetivos comuns. Quando da proposição de criação de um Curso de Medicina, numa universidade comunitária, inserida e preocupada com o desenvolvimento regional, emerge a questão do quanto a existência material desse curso poderá/deverá contribuir para o desenvolvimento da saúde da população, em seu território de abrangência. Da gênese dessa primeira questão surgem outras, dentre as quais, nesse artigo, destaca-se: Quais as regiões “dadas” (delimitadas do ponto de vista físico/geográfico e de governança) e as regiões construídas pelos atores sociais, no processo de territorialização de um Curso de Medicina? Procurando refletir sobre a mesma, o texto faz a análise de dados secundários, coletados no Projeto Pedagógico de um Curso de Medicina da região central do Estado do Rio Grande do Sul, bem como em vários documentos de registros do mesmo, e está organizado a partir de subtemas: (1) o conceito de desenvolvimento e sua implicação na compreensão do que é uma região; (2) a conceituação de região; (3) a regionalização dada pelo Estado: coordenadorias regionais de saúde; (4) a regionalização para resolver questões da saúde: organização entre os municípios; (5) a região construída pela abrangência de atuação do curso de medicina.
The objective of this paper is to contribute to the discussions about the possibilities for regionalization of a given territory, including the title role in a region constructed from the historical, economical, cultural, physical and natural constraints, or from human activity that alters landscapes and approaches people around common goals. When is proposed to establish a medical school in a community college, and inserted concerned with regional development, the question that arises is that the existence of that course material can / should contribute to the development of population health in its territory coverage. From the genesis of this firstquestion comes other, among which, in this article, we highlight: Which are the “given” regions (defined in terms of physical / geographical point of view and governance) and regions constructed by social actors in the process of territorialization of a medical school? Reflecting about it, it is analyzed the secondary data (collected in an Educational Project School of Medicine of the central region of Rio Grande do Sul, as well as in several documents of the same record) and is organized on sub-themes: (1) the concept of development and its implication in understanding what is a region, (2) the concept of region, (3) the regionalization given by State: coordinating regional health, (4) the regionalization to solve health issues: organization among municipalities, (5) the area built by the scale of operation of medical school.