O objetivo deste trabalho é construir uma narrativa que explicite as estratégias de oferecimento de crédito para os consumidores no Brasil. São identificados três modelos, não excludentes entre si, mas temporalmente hegemônicos. O primeiro é determinado pela percepção de motivações explícitas para o oferecimento de crédito: do claro interesse de cativar o cliente cuja compra se anota na caderneta do armazém, aos explícitos riscos da mora com o agiota. O segundo momento se conforma na percepção da oferta do crédito como uma deferência ou vantagem, por um lado, e como um aprofundamento da fidelização inaugurada pelos varejistas. O último modelo se estrutura sobre a característica distintiva de apresentar o crédito como um recurso com atenuada visibilidade dos interesses de contraprestação do credor. É exemplificado pela bancarização insconsciente.