A inclusão escolar é um princípio amplamente defendido, mas sua implementação em salas de aula regulares enfrenta desafios práticos significativos. Este artigo examina como a presença de alunos com diferentes tipos de deficiência — física, intelectual, sensorial, múltipla e do espectro autista — pode impactar o aprendizado dos demais estudantes e sobrecarregar os professores, que precisam lidar com ritmos, linguagens e necessidades educacionais distintas. Nem todos os alunos com deficiência apresentam dificuldades para participar de aulas regulares, mas há casos que exigem apoio individualizado, tecnologias assistivas e profissionais especializados, como intérpretes de Libras, professores de apoio e mediadores. Além das barreiras físicas e pedagógicas, o texto destaca a presença de barreiras atitudinais no ambiente escolar, como o preconceito, a resistência de parte da comunidade educativa e a naturalização da exclusão. Argumenta-se que, sem os recursos adequados, formação continuada para os docentes, planejamento pedagógico inclusivo e uma avaliação biopsicossocial bem estruturada, a inclusão corre o risco de ser meramente formal, comprometendo a qualidade do ensino e gerando dificuldades tanto para os alunos com deficiência quanto para os que não possuem necessidades especiais. A reflexão aponta para a urgência de políticas públicas mais eficazes, investimentos estruturais e uma mudança de cultura escolar para que a inclusão se torne uma prática pedagógica efetiva e transformadora.