A Revolução de Avis em
Portugal (1383-1385) dá inÃcio a uma
nova dinastia que desenvolve um determinado
discurso polÃtico, através da
literatura, das festas públicas, do teatro
e especialmente com a contratação
de cronistas ofi ciais para escreverem
a memória do reino português. Seus
primeiros cronistas, Fernão Lopes e
Gomes Eanes Zurara, representam dois
momentos polÃticos diferentes na primeira
fase da nova dinastia, o primeiro
identifi cado com a sua legitimação e
a afi rmação do que era ser português
e o segundo com a expansão armada
no norte da Ãfrica, como expressão de
honra e glória do reino. Mas, em que
pesem as diferenças, são representantes
da dinastia que tinha como projeto
a elevação do rei a soberano de fato
do reino português, em torno do qual
produzia-se uma memória, por sua vez
subsÃdio da formação da identidade
nacional portuguesa.
The Revolution of Avis in
Portugal (1383-1385) begins a new dynasty
which develops a certain political
discourse through literature, public
festivities, the theatre and, especially, the
engaging of offi cial chronicles to write
the memory of the Portuguese kingdom.
Its fi rst chroniclers, Fernão Lopes and
Gomes Eanes Zurara, represent two
different political moments in the fi rst
phase of the new dynasty, the former
identifi ed with its legitimation and the
assertion of what was to be Portuguese,
and the latter, with the armed expansion
in the north of Africa, as an expression
of honor and glory of the kingdom.
However, whatever the differences
might be, they are representatives of
the dynasty which had as a project the
elevation of the king to true sovereign of
the Portuguese kingdom, around whom
a memory was developed, which was, in
its turn, a base for the formation of the
Portuguese national identity.