Entre os Cinta-Larga, através de um fluxo contÃnuo de bens e serviços, os interesses
do chefe polÃtico entrelaçam-se aos dos moradores de sua aldeia. E, no contexto
contemporâneo de suas relações exteriores, uma espécie de contabilidade qualitativa
de acordos e dÃvidas (em torno da venda de madeira e da exploração de garimpos)
associa-os a uma gama variada de atores e instituições sociais. Assim, as instâncias de
negociação e os mecanismos de controle financeiro tornaram-se um espaço ampliado
de disputas entre chefes, aldeias e associações. Este artigo descreve as formas locais de
apropriação, circulação e uso do dinheiro, que evidenciam a semântica do endinheiramento
que ali se desenvolveu nas três últimas décadas.