O artigo trata de um novo tipo de censura, que atinge obras de literatura infantil a partir de demandas ideológicas e tensões entre grupos progressistas e conservadores, cada qual com seu rol de temas e termos corretos. Sem fundamentos teóricos, tal censura se baseia em discursos indignados, que se iniciam, quase sempre, nas redes sociais. A partir da análise de dois casos recentes de retirada de circulação de livros infantis – um provocado por argumentos tidos como de esquerda, o outro, de direita – nosso objetivo é analisar os efeitos das tentativas de restrição sobre o acesso da criança a determinadas obras.
The article examines a new kind of censorship of children's books, triggered by ideological demands and tensions between progressive and conservative groups, each with their own agenda of correct themes and terms. Lacking any theoretical base, such censorship begins with indignant speeches, usually started on social networks. Through the analysis of two recent cases of withdrawal of children's books from circulation – one caused by claims considered to be on the left, the other on the right – we aim to analyze the effects of such attempts to restrict children's access to certain literary works.