O presente trabalho apresenta um projeto iniciado nas aulas de Língua Portuguesa da EMEF Altino
Arantes, localizada no bairro da Vila Industrial, em São Paulo, intitulado “Como é que a gente fala?”.
O projeto foi desenvolvido com o intuito de propor reflexões aos estudantes em relação ao seu direito
linguístico, valorizando não apenas a variedade linguística que o aluno tem como conhecimento
prévio, mas também os traços históricos, ideológicos, culturais e econômicos. Fomentando o respeito
aos valores essenciais que compreendem a essência identitária do estudante. O projeto teve como
finalidade conscientizar os estudantes de como o preconceito linguístico pode ser uma das formas
mais cruéis de intolerância e exclusão social. Para tanto, foi utilizado um ODA - Objeto Digital de
Aprendizagem desenvolvido em parceria com o Museu de Língua Portuguesa, proporcionando que
os alunos visitassem o Museu, favorecendo o direito ao acesso a espaços culturais do território.
O trabalho culminou na produção e socialização de vídeos em que os estudantes - protagonistas
- puderam ilustrar a maneira que falam, associando a língua à identidade, valorizando diversos
falares. Também foram realizadas exposições artísticas nas paredes da escola e nas redes sociais
de charge e lambe-lambe em prol do combate ao preconceito linguístico. Esse movimento incentivou
um estudante a apresentar um Projeto de Lei no Parlamento Jovem Paulistano propondo que
projetos como esse, sejam instituídos em todas as escolas da rede municipal de São Paulo e, por
fim, mobilizando toda a comunidade escolar a iluminar e valorizar os diversos falares: do skatista
pernambucano, do mecânico do interior, da merendeira gaúcha, do funkeiro, do poeta, da engenheira,
da professora, dos “crias”.