Ao longo da história, a classe dominante usou variadas ferramentas de exploração sobre a classe explorada, para manter sua propriedade e suas riquezas. Impostos de todos os tipos e valores como o dízimo e a corvéia. Modos de trabalho como o escravismo, a servidão e as manufaturas. Controle do tempo de trabalho e das ferramentas de trabalho. Elaboração de leis e regras de conduta que impediam qualquer possibilidade de melhoria de vida da classe explorada como casamentos arranjados, pagamentos de dotes e sociedades divididas por castas. A vida da classe explorada era determinada por regras criadas para a manutenção do poder da classe dominante de tal modo que a normalidade cultural era padronizada por modos de vida consolidados pela imposição de modelos de comportamentos determinados pela nobreza e pelo clero. A noção do que era adequado fazer, vestir e falar foi sendo forjado pela classe dominante através de leis impostas para impedir a ascensão da classe explorada historicamente. Neste sentido a tradição cumpriu um papel fundamental para a manutenção do poder da classe dominante. Estudar como a classe explorada foi “arrancando” possibilidades de melhoria das condições de vida das mãos da classe dominante é estudar como a cidadania se estabeleceu e se ampliou desde os tempos da antiguidade até os dias atuais.