As religiões afro-brasileiras guardam intrÃnseca relação entre o homem e a natureza, apresentando diversos rituais que utilizam a paisagem natural como local de culto. Outrora, muito desse espaço se apresentava inserido nos limites territoriais dos terreiros, sendo denominado “espaço matoâ€, coexistindo com o “espaço urbanoâ€. No entanto, em decorrência do adensamento urbano, tem ocorrido um contÃnuo processo de desterritorialização dos espaços litúrgicos afro-religiosos, demandando assim, sua resignificação, caracterizada pela busca de espaços verdes remanescentes das cidades com vistas à continuidade de tais práticas. Contudo, o uso histórico desses espaços vem sendo ameaçado pelo dito “racismo ambientalâ€, consubstanciado pela proibição imposta pelo poder público quanto ao uso litúrgico de espaços naturais de preservação, o que configura uma ameaça ao futuro dessas práticas religiosas em decorrência da sobrevalorização da preservação do meio ambiente.
The african-brazilian religions hold intrinsic relationship between man and nature, with many rituals that use the natural landscape as a place of worship. Once, much of this space presented itself inserted within the territorial limits of the yards, being called "bush space", coexisting with the "urban space". However, due to the urban density, there has been a continuous process of deterritorialization of liturgical african-religious spaces, demanding thus their reframing, characterized by the search for remaining green spaces in cities for the continuation of such practices. However, the historical use of these spaces is being threatened by the so-called "environmental racism", embodied by the ban imposed by the government on the liturgical use of preservation of natural areas, which constitutes a threat to the future of these religious practices due to the overvaluation of preservation environment.