Os artÃfices e os operários pernambucanos não receberam o regime republicano de forma bestializada. Acreditando nas possibilidades
de mudança, eles fortaleceram suas antigas lutas por direitos, que, desde o império, eram organizadas em diversas formas de associação.
Atentos às demandas nacionais e internacionais dos de baixo da pirâmide social, aqueles trabalhadores criaram novas entidades que
pretendiam realizar seu desejo por educação formal, melhores condições de trabalho e aprofundamento da cidadania. Novos elementos,
como a comemoração do 1o
de Maio, do 13 de Maio e a luta pela jornada de oito horas de trabalho, somaram-se às suas tradicionais
estratégias de luta. Greves, exigências por aumento de salários, anseio por participação polÃtica stricto sensu, entre outros fatores, permitiram
que os operários e os artÃfices pernambucanos pressionassem alguns deputados estaduais. Estes últimos criaram um projeto
de lei para reduzir a jornada de trabalho para oito horas, permitindo que seus beneficiários tivessem tempo para estudar. Aprovado
com uma emenda, ele foi posteriormente reprovado e engavetado pelos senadores estaduais. O artigo analisa toda essa efervescência
que mobilizou capital e trabalho em um dos principais estados brasileiros no alvorecer do regime republicano