Independente da cultura local, crueldade sempre provocaraÌ sentimentos controversos. Não eÌ novidade que alguns seres humanos são moÌrbidos quando se trata do sofrimento alheio, especialmente quando eles são os causadores. O exeÌrcito romano era muito eficiente naquilo que fazia, especialmente na aplicação de sanções aos condenados. A riÌgida disciplina militar os obrigava a adotarem padrões cada vez mais elevados de conduta, inclusive agirem com extrema crueldade em suas ações. Faziam isso em nome de seus comandantes, em nome de sua legião e, acima de tudo, em nome de Roma. Jesus sofreu nas mãos deles e, mesmo tendo motivos de sobra para odiar, perdoou a seus algozes e clamou pelo perdão do Pai, sob a justificativa de que eles não sabiam o que faziam. Não sabiam a gravidade pecaminosa de suas ações, pois as cumpriam ipsis literis. Não eÌ por acaso que os romanos formaram um dos maiores, senão o maior exeÌrcito da Antiguidade. Tudo isso se deve aÌ€ estrita disciplina de suas tropas. No draÌstico evento da crucificação de Jesus, contrariando as expectativas humanas, Ele lhes perdoa ao inveÌs de os condenar, os ama ao inveÌs de odiar. Ele era Deus, mas tambeÌm era homem. O motivo que o levou a agir assim eÌ alvo deste trabalho, bem como descobrir as razões que levaram homens a agirem com tamanha crueldade. A disciplina militar estaÌ por traÌs destas questões e, pelo menos no caso dos legionaÌrios romanos, serviu-lhes de escusa2 deconscieÌ‚ncia, chamando a atenção do servo sofredor, entregue em suas mãos para ser morto.