O presente artigo procura refletir sobre as representações sociais de internautas, a partir dos seus comentários em uma reportagem de um jornal local, sobre a ocupação estudantil secundarista no Instituto Federal Sul-rio-grandense (Campus Pelotas). Foram analisados os 271 comentários realizados na matéria sobre a ocupação, publicada no dia 16 de outubro de 2016, na página do jornal no Facebook. Os dados foram submetidos a uma análise de conteúdo do tipo temática, o que gerou um mapa representacional. O tema de maior prevalência e que perpassa todos os demais, sendo caracterizador da representação social de juventude, está relacionado a desqualificação juvenil. Dele derivam outros dois grupos de pensamentos acerca do jovem: o primeiro refere-se à imaturidade, incapacidade e improdutividade, já o segundo à fácil manipulação frente aos modismos e suposta doutrinação da esquerda. Diante disso, cabe à sociedade a condução da construção social do jovem enquanto “homem de bem”. O desvio dessa formação caracterizaria uma inversão da ordem, uma contravenção, a qual necessita de controle, punição e ódio.
This article aims to enlight the social representations of Internet users, based on their comments in a local newspaper report about student’s occupation at the Federal Institute of Rio Grande do Sul (Campus Pelotas). We have analyzed the 271 comments made in the article about the occupation published on October 16th, 2016, on the newspaper’s Facebook page. The data has been submitted to a content analysis of the thematic type, which generated a representational map. The theme of greater prevalence and that has crossed all the other ones, being a characterization of the youth social representation, is related to juvenile disqualification. Two other groups of thoughts about the young people derived from them: the first refers to immaturity, incapacity and unproductiveness, and the second to easy manipulation due to what is fashionable and what is called “left doutrination”, alleged indoctrination of the left. Facing this, it is up to society to conduct the social construction of the young people as a “good citizen”. The deviation from this formation would characterize a counterversion of order, which requires control, punishment and hate.