OBJETIVO:
Testar a hipótese de que crianças e adolescentes obesos normotensos apresentam disfunção autonômica cardÃaca quando comparados a indivÃduos não obesos também normotensos.
MÉTODOS:
Estudo transversal com 66 crianças e adolescentes, divididos nos grupos Obeso (n=31, 12±3 anos) e Não Obeso (n=35, 13±3 anos). Definiu-se a obesidade pelo Ãndice de massa corpórea maior que o percentil 95, considerando-se idade e sexo. Aferiu-se a pressão arterial clÃnica por oscilometria após 15 minutos de repouso em posição supina. Registrou-se a frequência cardÃaca durante dez minutos na posição supina, com respiração espontânea. Avaliou-se o controle autonômico cardÃaco pela variabilidade da frequência cardÃaca, calculada a partir dos cinco minutos de menor variância do sinal. Foram derivados o Ãndice que indica a proporção do número de vezes em que os intervalos R-R normais sucessivos apresentam diferença de duração superior a 50 milisegundos (pNN50) para o domÃnio do tempo e, para a análise espectral, as bandas de baixa (LF) e alta (HF) frequências, além da razão entre as bandas espectrais de baixa e alta frequência (LF/HF). Os resultados apresentam-se como média±desvio padrão, sendo comparados pelo teste t de Student ou pelo teste U de Mann-Whitney.
RESULTADOS:
Os nÃveis de pressão arterial sistólica (116±14 versus 114±13mmHg, p=0,693) e diastólica (59±8 versus 60±11mmHg, p=0,458) foram semelhantes entre os grupos Obeso e Não Obeso, respectivamente. O Ãndice pNN50 (29±21 versus 43±23; p=0,015) e a banda HF (54±20 versus 64±14 unidades normalizadas - u.n.; p=0,023) foram menores no Grupo Obeso. A banda LF (46±20 versus 36±14 u.n.; p=0,023) e a razão LF/HF (1,3±1,6 versus 0,7±0,4; p=0,044) foram maiores no Grupo Obeso.
CONCLUSÕES:
Crianças e adolescentes obesos, mesmo normotensos, apresentam prejuÃzo do controle autonômico cardÃaco.