Dispersão e etnicidade de um grupo amazônico: a sobreposição da REBIO Guaporé e a transformação dos Migueleno em colonos

ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste

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ISSN: 2358-5587
Editor Chefe: Marcos Aurélio da Silva
Início Publicação: 01/01/2014
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

Dispersão e etnicidade de um grupo amazônico: a sobreposição da REBIO Guaporé e a transformação dos Migueleno em colonos

Ano: 2018 | Volume: 5 | Número: 9
Autores: Luiz Augusto Sousa Nascimento
Autor Correspondente: Luiz Augusto Sousa Nascimento | [email protected]

Palavras-chave: Migueleno, territorialização, Reserva Biológica do Guaporé.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo do trabalho é analisar os processos relacionais entre os indígenas Migueleno, o território e o Estado brasileiro na região do atual Estado de Rondônia. O SPI Pautado na teoria da aculturação, no ano de 1928, considerou os Migueleno como grupos extintos, alegando a sua integração à sociedade nacional. A partir desse período, parte do grupo passou a constituir moradia na Vila do Limoeiro, a margem esquerda do rio São Miguel. Em 1982, o Governo brasileiro criou a Reserva Biológica do Guaporé, deslocando os Migueleno e parte de seringueiros para um assentamento a margem direita no baixo São Miguel, classificando o grupo como “colonos assentados” pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA. A partir do ano de 2000, os Migueleno através do movimento indígena estão reivindicando sua etnicidade e procurando caminhos para retornar ao seu território de “ocupação tradicional”, atualmente sobreposto à Reserva Biológica do Guaporé. A pesquisa pautada em estudos etnográficos analisa os processos situacionais, a dispersão dos Migueleno e a relação deles com o território de “ocupação tradicional”, atualmente sobreposto por uma Reserva Biológica.



Resumo Inglês:

The objective of the work is to analyze the relational processes between the Migueleno indigenous people, the territory and the Brazilian state in the region of the current state of Rondônia. The SPI, based on the theory of acculturation, in 1928, considered the Migueleno as extinct groups, claiming their integration into national society. From that period, part of the group started to build housing in Vila do Limoeiro, on the left bank of the São Miguel River. In 1982, the Brazilian Government created the Biological Reserve of Guaporé, displacing the Migueleno and part of rubber tappers to a settlement on the right bank in the lower São Miguel, classifying the group as “settled settlers” by the National Institute of Colonization and Agrarian Reform - INCRA. As of the year 2000, the Migueleno through the indigenous movement are claiming their ethnicity and looking for ways to return to their “traditional occupation” territory, currently superimposed on the Guaporé Biological Reserve. The research based on ethnographic studies analyzes the situational processes, the dispersion of the Migueleno and their relationship with the “traditional occupation” territory, currently overlaid by a Biological Reserve.



Resumo Espanhol:

El objetivo del trabajo es analizar los procesos relacionales entre los indígenas Migueleños, el territorio y el estado brasileño en la región del estado actual de Rondônia. El SPI, basado en la teoría de la aculturación, en 1928, consideró a los Migueleños como grupos extintos, alegando su integración en la sociedad nacional. A partir de ese período, parte del grupo comenzó a construir viviendas en Vila do Limoeiro, en la margen izquierda del río São Miguel. En 1982, el Gobierno brasileño creó la Reserva Biológica de Guaporé, desplazando el Migueleno y parte de los recolectores de caucho a un asentamiento en la orilla derecha en el bajo São Miguel, clasificando al grupo como "colonos asentados" por el Instituto Nacional de Colonización y Reforma Agraria - INCRA. A partir del año 2000, los Migueleños a través del movimiento indígena están reclamando su origen étnico y buscando formas de regresar a su territorio de "ocupación tradicional", actualmente superpuesto en la Reserva Biológica de Guaporé. La investigación basada en estudios etnográficos analiza los procesos situacionales, la dispersión del Migueleno y su relación con el territorio de "ocupación tradicional", actualmente superpuesto por una Reserva Biológica.



Resumo Francês:

L'objectif du travail est d'analyser les processus relationnels entre le peuple indigène Migueleno, le territoire et l'État brésilien dans la région de l'état actuel de Rondônia. Le SPI, fondé sur la théorie de l'acculturation, considérait en 1928 les Migueleno comme des groupes éteints, revendiquant leur intégration dans la société nationale. À partir de cette période, une partie du groupe a commencé à construire des logements à Vila do Limoeiro, sur la rive gauche de la rivière São Miguel. En 1982, le gouvernement brésilien a créé la Réserve biologique de Guaporé, déplaçant le Migueleno et une partie des tailleurs de caoutchouc vers un règlement sur la rive droite dans le bas São Miguel, classant le groupe comme «colons installés» par l'Institut national de colonisation et de réforme agraire - INCRA. Depuis l'an 2000, les Migueleno à travers le mouvement indigène revendiquent leur appartenance ethnique et cherchent des moyens de retourner sur leur territoire «d'occupation traditionnelle», actuellement superposé à la Réserve biologique de Guaporé. La recherche basée sur des études ethnographiques analyse les processus situationnels, la dispersion du Migueleno et leur relation avec le territoire «d'occupation traditionnelle», actuellement recouvert par une réserve biologique.