No quadro da AnaÌlise do Discurso de tradição francesa (AD), propomos neste artigo uma reflexão que parte da noção de dispositivo desenvolvida recentemente por Jean-Jacques Courtine (2013) para estudar os formulaÌrios de revisão por pares das revistas do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP) e do Programa de PoÌs- -Graduação em Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e CieÌ‚ncias Humanas (FFLCH/USP), GEOUSP: Espaço e Tempo, com vistas a observar como, nesse tipo de material, (re)constroem-se imaginaÌrios de cieÌ‚ncia a partir do modo como os processos editoriais acontecem e caracterizam a comunicação cientiÌfica, nos liames do que Dominique Maingueneau (2006) considera uma instituição discursiva. Partindo das reflexões desenvolvidas ateÌ o momento na pesquisa intitulada Ritos geneÌticos editoriais e comunicação cientiÌfica: a atividade de revisão em perioÌdicos, explicitamos a confi- guração desses perioÌdicos como dispositivos comunicacionais e, para tanto, alguns indiÌcios da constituição desses imaginaÌrios nos ritos geneÌticos editoriais adotados nos processos de mediação editorial dos perioÌdicos estudados. Pretendemos, então, investigar algumas das dimensões da mediação editorial que balizam os imaginaÌrios de cieÌ‚ncia e põem em circulação puÌblica o conhecimento acadeÌ‚mico.
From the French tradition of discourse analysis (AD), this article aims at reflecting upon notes of journal’s peer review forms from the Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP) and the Graduate Program in Geogra- phy of FFLCH-USP, GEOUSP: Espaço e Tempo, mobilizing the notion of device recently developed by Jean-Jacques Courtine (2013). It focuses the imaginary of science which is (re)built up from the way the editorial processes occurs and characterizes the scientific communication, weaving what Dominique Maingueneau (2006) considers as a discursive institution. On the basis of considerations of the research entitled Editorial genetic rites and scientific communication: a review of activity in journals, this work intended to highlight the configuration of these journals as communicative devices. Therefore, some evidences are presented of the constitution of this imaginary by showing some editorial genetic rites adopted in the journal’s editorial mediation processes. So far, this investigation proves that some dimensions of the editorial mediation are guided by the imaginary of science which puts academic knowledge into public circulation.