Neste artigo nos propomos a analisar como se dão as disputas por capitais pelos agentes do campo burocrático do Estado em ação nas favelas, no contexto da pacificação. Para tal, pautamo-nos na perspectiva teórica de Pierre Bourdieu e realizamos uma pesquisa de campo de inspiração etnográfica em duas favelas cariocas, que contou com observação participante e 91 entrevistas semiestruturadas. Pode-se concluir que as espécies de capital mais valorizadas no campo burocrático do Estado em ação nas favelas são o capital econômico, uma espécie fundamental, e o capital espacial, uma espécie especÃfica encontrada no campo em questão, que diz respeito à ocupação do território ou apresentação de resultados materiais. Portanto, os agentes que acumulam um maior volume destes capitais, como a Unidade de PolÃcia Pacificadora (UPP) e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), parecem se aproximar mais das posições de dominantes do campo.