DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE INFECÇÕES DE DISPOSITIVOS CARDÍACOS ELETRÔNICOS IMPLANTÁVEIS

Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar

Endereço:
Praça Mascarenha de Moraes, 4282 - UNIPAR - Zona III
Umuarama / PR
87502210
Site: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude
Telefone: (44) 3621-2828
ISSN: 1982-114X
Editor Chefe: Nelton Anderson Bespalez Corrêa
Início Publicação: 31/01/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências da Saúde

DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DE INFECÇÕES DE DISPOSITIVOS CARDÍACOS ELETRÔNICOS IMPLANTÁVEIS

Ano: 2026 | Volume: 30 | Número: 1
Autores: Alessandra de Souza Maciel, Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva
Autor Correspondente: Alessandra de Souza Maciel | [email protected]

Palavras-chave: Marca-passo, Infecções, Evolução Clínica, Endocardite, Mortalidade, Pacemaker, Artificial, Infections, Clinical Evolution, Endocarditis, Mortality, Marcapaso, Infecciones, Evolución Clínica, Endocarditis, Mortalidad

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Houve um aumento desproporcional de infecções de dispositivos cardíacos implantáveis (DCEI) em relação ao número de implantes nos últimos anos. O objetivo do presente estudo foi verificar a distribuição temporal da proporção de infecção de DCEI e sua evolução. Trata-se de um estudo de coorte longitudinal, retrospectivo, com 205 participantes diagnosticados com infecção por DCEI, entre janeiro de 2000 a setembro de 2023, dentre os 9.664 procedimentos realizados no período. A média de idade foi de 61,3 anos e 58,5% eram homens. Em relação ao tipo de DCEI, 104 participantes utilizavam marca-passo, 65 cardioversor-desfibrilador e 36 ressincronizador. Cento e vinte e cinco participantes apresentavam fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 50%. No decorrer dos anos houve um aumento nas taxas de infecção, sendo a média de 2,12%, alcançando 3,97% em 2020 e 4,69% em 2023. Não houve diferença da taxa de infecção em relação ao sexo, idade e uso de anticoagulante. A endocardite esteve presente em 65,4% dos casos, sepse em 24,4% e a mortalidade intra-hospitalar foi de 22,9%. Conclusão: Houve um aumento desproporcional de infecção de DCEI quanto ao número de implantes, com taxa anual alcançando 4,69%, sem influência da idade, sexo ou uso de anticoagulante. A infecção ocorreu de maneira significante em participantes com marca-passo. A FEVE apresentou associação com a infecção. A mortalidade intra-hospitalar foi de 22,9%.



Resumo Inglês:

There has been a disproportionate increase in infections related to cardiac implantable electronic devices (CIEDs) compared to the number of implants in recent years. The aim of this study was to assess the temporal distribution of CIED-related infection rates and their progression over time. This is a retrospective study involving 205 participants diagnosed with CIED infections between January 2000 and September 2023, among a total of 9,664 procedures performed during this period. The mean age was 61.3 years and 58.5% were male. Regarding the type of device, 104 participants had pacemakers, 65 had implantable cardioverter-defibrillators, and 36 had cardiac resynchronization therapy devices. One hundred twenty-five participants had a left ventricular ejection fraction (LVEF) ≤ 50%. Over the years, infection rates increased, with an average of 2.12%, reaching 3.97% in 2020 and 4.69% in 2023. There was no significant difference in infection rates in relation to sex, age, or anticoagulant use. Endocarditis was present in 65.4% of cases, sepsis in 24.4%, and in-hospital mortality was 22.9%. In conclusion, there was a disproportionate increase in CIED infections relative to the number of implants, with the annual infection rate reaching 4.69%, regardless of age, sex, or anticoagulant use. Infections were significantly more common among participants with pacemakers. LVEF was associated with infection, and in-hospital mortality was 22.9%.



Resumo Espanhol:

Se observó un aumento desproporcionado de las infecciones relacionadas con dispositivos cardíacos electrónicos implantables (DCEI) en relación con el número de implantes en los últimos años. El objetivo del presente estudio fue analizar la distribución temporal de la proporción de infecciones asociadas a los DCEI y su evolución. Se trata de un estudio de cohorte longitudinal, retrospectivo, con 205 participantes diagnosticados con infección por DCEI entre enero de 2000 y septiembre de 2023, de un total de 9.664 procedimientos realizados en el período. La edad media fue de 61,3 años y el 58,5% eran hombres. En cuanto al tipo de DCEI, 104 participantes portaban marcapasos, 65 cardiodesfibrilador implantable y 36 resincronizador. Ciento veinticinco participantes presentaban fracción de eyección del ventrículo izquierdo (FEVI) ≤ 50%. A lo largo de los años se observó un aumento en las tasas de infección, con una media del 2,12%, alcanzando el 3,97% en 2020 y el 4,69% en 2023. No se encontraron diferencias en la tasa de infección según sexo, edad y uso de anticoagulantes. La endocarditis estuvo presente en el 65,4% de los casos, la sepsis en el 24,4% y la mortalidad intrahospitalaria fue del 22,9%. Conclusión: Hubo un aumento desproporcionado de las infecciones por DCEI en relación con el número de implantes, con una tasa anual que alcanzó el 4,69%, sin influencia de la edad, el sexo o el uso de anticoagulantes. La infección ocurrió de manera significativa en los participantes portadores de marcapasos. La FEVI mostró asociación con la infección. La mortalidad intrahospitalaria fue del 22,9%.