A proposta deste artigo é realizar diálogos/problematizações com diferentes narrativas que tratam sobre a constituição histórica da cidade de Rio Branco –AC, considerando a publicação do Decreto Municipal nº 1920, de 28 de dezembro de 2022, que institui Grupo de Trabalho com o intuito de revisar a data de “origem” da localidade, tendo como referências marcos cronológicos relacionados a ações de colonização destes espaços, desenvolvidas por agentes privados e públicos, entre o final do século XIX e início do século XX, recorte cronológico aqui trabalhado. Estes movimentos são, fundamentalmente, marcados por processos de exclusão/silenciamento, assentes em uma colonialidade do poder, do saber e do ser de populações que viviam/ vivem nestes espaços antes da expansão da empresa gumífera, sujeitos que foram vitimados e resistiram à práxis de violência característica da modernidade. Como fontes históricas, utilizamos jornais editados no então Território Federal do Acre, dialogando/problematizando com esses documentos referenciados pelos estudos Pós-Coloniais Latino-Americanos, através de autores como Anibal Quijano (2005), Enrique Dussel (1993; 2005), Walter Mignolo (2017) e Edgardo Lander (2005), assim como produções acadêmicas que tratam sobre a constituição das cidades, com destaques para os escritos de Michel de Certeau (1988), Maria Stella Bresciani (2002) e Richard Sennett (1994).
The purpose of this article is to engage in dialogues/problematizations with different narratives dealing with the historicalconstitution of the city of Rio Branco -AC, considering the publication of Municipal Decree no. 1920, of December 28, 2022, whichset up a Working Group with the aim of revising the date of the "origin" of the locality, taking as a reference chronological milestones related to colonization actions in these spaces, developed by private and public agents, between theend of the 19th century and the beginning of the 20th century, the chronological cutout worked on here. These movements are fundamentally marked by processes of exclusion/silencing, based on a coloniality of power, knowledge and the being of populations who lived/live in these spaces before the expansion of the gum company, subjects who were victimized and resisted the praxis of violence characteristic of modernity. As historical sources we used newspapers published in the then Federal Territory of Acre, dialoguing/problematizing with these documents referenced by Latin American Post-Colonial studies, through authors such as Anibal Quijano (2005), Enrique Dussel (1993; 2005), Walter Mignolo (2017) and Edgardo Lander (2005), as well as academic productions dealing with the constitution of cities, in particular the writings of Michel de Certeau (1988), Maria Stella Bresciani (2002) and Richard Sennett (1994).