Diversão, perversão ou contemplação? Considerações sobre a música, seus intérpretes e as festividades na Idade Média

Historiae

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ISSN: 1519-8502
Editor Chefe: Rodrigo Santos de Oliveira
Início Publicação: 28/08/1978
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Diversão, perversão ou contemplação? Considerações sobre a música, seus intérpretes e as festividades na Idade Média

Ano: 2010 | Volume: 1 | Número: 1
Autores: Cybele Crosseti de Almeida
Autor Correspondente: Cybele Crosseti de Almeida | [email protected]

Palavras-chave: música, músicos, festas, cidades, Idade Média.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As imagens que temos a respeito da Idade Média são geralmente marcadas pela polarização entre dois estereótipos: de um lado a idade das trevas, com seus medos, pestes, fomes endêmicas, guerras endêmicas, catástrofes de todo tipo. De outro lado uma época festiva, com suas representações teatrais e musicais, vitrais e roupas em tons alegres, torneios, amor cortês. Mas este foi, na realidade, um período caracterizado pelos dois extremos, e a consciência da fragilidade da vida – especialmente após a peste negra – levava a uma busca não apenas de contemplação e consolo espiritual, mas também dos prazeres e compensações terrenas. Entre esses extremos podemos identificar uma série de gradações e contradições, por exemplo, no que diz respeito ao modo como eram encaradas e praticadas a música e as festividades. Era visível a polarização entre os saberes práticos e teóricos em diversos campos, na música e na medicina, por exemplo. Dependendo dos fins e de que grupos sociais exerciam essas atividades, sua valorização – ou depreciação – sofria variações consideráveis. Este texto visa a problematizar o modo como eram teorizados e praticados respectivamente a música e os seus intérpretes e alguns dos seus empregos no contexto urbano, como as festas, elementos que são uma boa síntese desses aspectos contraditórios e complementares.



Resumo Inglês:

Our images about Middle Ages are generally marked by the polarization between two stereotypes: on the one hand, the Dark Ages, with its fears, pests, endemic hunger, wars and all kinds of calamities; on the other hand, a time of festivity, theatrical and musical activities, colored clothes and stained-glass windows, tournaments, and amour courtois. As a matter of fact, the Middle Ages were both of them. Moreover, the awareness of the life fragility (especially after the Pest) led not only to a search of contemplation and spiritual consolation, but also of pleasure and earthly compensations. Between the two extremes, we can identify a series of gradations and contradictions, for instance regarding how the music and festivities were considered and practiced. The polarization between practical and theoretical knowledge was also noticeable in several fields, such as music and medicine. Depending on the purposes of these activities and on the social group which exerted them, appreciation or depreciation could vary considerably. Therefore, this paper is aimed at considering how music was theorized and what the practice of its interpreters was, in addition to discussing the use of music in urban context, such as in festivities; elements which allow a synthesis of those contradictory and complementary aspects.