Focalizando a questão da diversidade linguistica brasileira, este trabalho tem como objetivo analisar os discursos sobre as línguas faladas no Brasil no início da colonização e seus efeitos na atual conjectura da educação escolar indigena. Procuramos comparar os modos de produção de sentido sobre as línguas e os sujeitos falantes no texto Viagem ao Brasil, de Hans Staden(1557) e em alguns textos orais produzidos pelo tupinikimna atualidade. Pelas análises, mostramos de que modo a construção de uma unidade imaginária de lingua e de sujeito indigena no periodo colonial retorna nos dizeres atuais sob forma de ressonância discurssiva, afetando as práticas sociais e processos identitários das sociedades indígenas. Observando o funcionamento das designações, mostramos ainda o modo de produção interdiscursivo de sentido sobre a diversidade linguistico-cultural no país. Tendo em vista a problemática do ensino de tupi em comunidades indígenas em que o português é a única língua falada, este texto quer contribuir na tomada de uma posição crítica e consequente acerca do ensino de línguas em contexto indigena.
Focusing on the question of Brazilian linguistic diversity, this paper aims at analyzing the discourses about languages spoken in Brazil in the beginning of our colonization and their effects on the present situation of Indian education. We have searched to compare the means of producing meaning about such languages and their speakers in the text Voyage to Brazil, by Hans Staden (1557), and in some oral texts by the Tupinikim nowadays. Through the analyses, we have shown in which ways the construction of an imaginary unit of the language and the Indian subject in the colonial period returns in present speeches as a discursive resonance, affecting social practices as well as identitary processes in Indian societies. Observing the functioning of several designations, we have also shown the inter-discursive means of production of meaning about the linguistic-cultural diversity in the country. ln face of the problem of the teaching of tupi in lndian communities in which Portuguese is the only language spoken, this text wishes to contribute to a critical and consequent positioning regarding language teaching in Indian context.
Focalizando a questão da diversidade linguistica brasileira, este trabalho tem como objetivo analisar os discursos sobre as línguas faladas no Brasil no início da colonização e seus efeitos na atual conjectura da educação escolar indigena. Procuramos comparar os modos de produção de sentido sobre as línguas e os sujeitos falantes no texto Viagem ao Brasil, de Hans Staden(1557) e em alguns textos orais produzidos pelo tupinikimna atualidade. Pelas análises, mostramos de que modo a construção de uma unidade imaginária de lingua e de sujeito indigena no periodo colonial retorna nos dizeres atuais sob forma de ressonância discurssiva, afetando as práticas sociais e processos identitários das sociedades indígenas. Observando o funcionamento das designações, mostramos ainda o modo de produção interdiscursivo de sentido sobre a diversidade linguistico-cultural no país. Tendo em vista a problemática do ensino de tupi em comunidades indígenas em que o português é a única língua falada, este texto quer contribuir na tomada de uma posição crítica e consequente acerca do ensino de línguas em contexto indigena.