Este estudo faz parte de uma etnografia realizada em um centro de saúde em Paris, pertencente a uma ONG humanitária, a Méde-cins du Monde. A ONG conta com profissionais de saúde e traba-lhadores sociais voluntários, e a população atendida é composta principalmente por imigrantes africanos clandestinos – os imigran-tes sans papiers. Apesar do caráter humanitário que anima essa organização, ela oferece acolhimento limitado a esses indivÃduos, em virtude de princÃpios classificatórios baseados na legislação e em polÃticas públicas francesas relativas aos imigrantes africanos. Por outro lado, na perspectiva do engajamento humanitário, essa limitação no acolhimento relaciona-se à impossibilidade de estabe-lecer vÃnculos com uma população que está de ‘passagem’.
This article is part of an ethnography carried out in a Paris health
center that belongs to a humanitarian NGO, the Médecins du
Monde. This center is geared towards people living in social exclusion
without the right to medical-social care. This assistance is
done by health care professionals and voluntary social workers
and the population cared for is mainly comprised of clandestine
African immigrants, the sans papiers immigrants. Despite the humanitarian
character that animates it, this structure offers a limited
user embracement to these individuals due to classificatory criteria
based on French legislation and public policy related to African
immigrants. On the other hand, this classification relates to the
possibility to establish ties to a population that is simply ‘passing
through’