A discussão sobre a sociedade em rede proposta por Castells trouxe ao mundo acadêmico uma necessidade de repensar paradigmas comunicacionais da contemporaneidade. Da mesma forma, ressaltou novos caminhos para compreender as motivações dos atores sociais na dinâmica das mudanças, marcadas pela emergência de uma autonomia comunicativa resistente à predominância dos Mass Media. No entanto, independentemente das mediações tecnológicas incorporadas pela sociedade, tais motivações já chamavam a atenção de pesquisadores de diversas áreas, inclusive da comunicação, impulsionados pela tentativa de compreender as interações sociais e culturais legitimadas à margem da indústria midiática. Um desses pesquisadores foi Luiz Beltrão – criador da teoria de Folkcomunicação – que buscou entender como se dava a comunicação através das camadas populares, a forma como recebiam e compartilhavam informações, formando, assim, uma rede folk de comunicação. Outros autores pensaram no global como forma de entender o todo e o particular, a exemplo de Marshall McLuhan, cujas teorias também orientaram Beltrão na formulação de seu próprio pensamento comunicacional. O objetivo deste artigo é relacionar as teorias da Folkcomunicação e da Sociedade em Rede, a fim de encontrar os pontos de convergência e de complementaridade entre cultura popular e cibercultura, buscando um diálogo entre a comunicação da cultura popular e a comunicação existente nas redes sociais no contexto de convergência midiática.