Compreender a historicidade das relações sociais de sexo, tomando como ponto de reflexão mitos, expressões artísticas e acontecimentos históricos que legitimam, escondem, banalizam e naturalizam o estupro como uma expressão da violência contra a mulher, de forma a desmistificar os elementos que fundamentam a dominação masculina a partir da estruturação da sociedade patriarcal, é nosso objetivo nestas reflexões. A metodologia utilizada constitui-se de uma apropriação teórica da violência contra a mulher e do estupro como estruturantes das relações de exploração no capitalismo, tendo como norte autoras marxistas que debatem o tema da violência. Foi utilizada também a pesquisa de notícias, lendas e mitos na rede internacional de computadores. Fez-se necessária uma compreensão breve, pelos limites do artigo, do capitalismo e da divisão sexual e racial do trabalho enquanto base material do patriarcado, das relações de exploração e opressão, regendo posições sociais desiguais e hierárquicas para homens e mulheres. É importante para os profissionais que lidam com esta temática entender que o estupro não se limita a uma dimensão sexual, mas constitui-se historicamente como um instrumento de perpetuação de poder masculino e afirmação da virilidade, uma ferramenta de dominação econômica e política sobre as mulheres, de intimidação e subordinação pelo medo. Romper com a cultura do estupro é urgente e tem sido bandeira de luta de movimentos feministas e de profissionais, demonstrando que a desconstrução do machismo é tarefa coletiva e precisa perpassar todas as esferas da vida e dos movimentos dos trabalhadores e trabalhadoras.
The objective of this article is to contribute to theunder standings and reflections Understanding the historicity of social sex relations, taking as a point of reflection myths, artistic expressions and historical events that legitimize, conceal, banalize and naturalize rape as an expression of violence against women, in order to demystify the elements that support male domination from the structuring of the patriarchal society, is our goal in these reflections. The methodology used consists of a theoretical appropriation of violence against women and rape as structuring of the relations of exploitation in capitalism, with the authors of Marxists who debate the theme of violence. It was also used the search of news, legends and myths in the international network of computers. A brief understanding of capitalism and the sexual and racial division of labor as a material basis of patriarchy, of relations of exploitation and oppression, governing unequal and hierarchical social positions for men and women, was necessary. It is important for practitioners dealing with this issue to understand that rape is not limited to a sexual dimension, but is historically an instrument of perpetuating male power and affirmation of virility, a tool of economic and political domination over women , of intimidation and subordination by fear. Breaking the rape culture is urgent and has been a banner of struggle for feminist and professional movements, demonstrating that the deconstruction of machismo is a collective task and needs to permeate all walks of life and the movements of the workers.