Este artigo visa retomar e fazer uma avaliação crÃtica do debate sobre as polÃticas de diferença travado entre teóricas polÃticas feministas de tradição liberal. Após explicitar as estratégias apontadas nesse debate para tentar legitimar a politização de sujeitos coletivos em face do problema do essencialismo, argumenta-se que o excessivo foco na relação entre essencialismo e conceitualização de grupos sociais ofuscou o vÃnculo do projeto de politização de diferenças com o questionamento do próprio fazer polÃtico. Assim, sob a perspectiva de que a politização de diferenças está transformando – e não inviabilizando – o funcionamento da comunidade polÃtica e a possibilidade de efetiva justiça social, avalia-se como os projetos polÃticos de Anne Phillips e Iris Marion Young evidenciam novos caminhos para reconfigurar a esfera polÃtica de uma maneira transformadora das desigualdades estruturais.
This article aims at resuming and critically scrutinizing the debate on the politics of difference taken among liberal feminist political theorists. Firstly, I shall provide an overview of theoretical attempts to legitimate the politicization of collective-based subjects taking into account the problem of essentialism. Then I will argue that an exclusive focus on the relationship between essentialism and the conceptualization of collective-based subjects tends to overshadow the relationship between the politicization of differences and a new way of doing politics. I will defend the view that the politicization of differences is transforming rather than undermining the functioning of the polity and the possibility of real social justice. I shall evaluate the works of Anne Phillips and Iris Marion Young as offering new ways of reshaping the political sphere in order to enable proper institutional action against structural inequalities.