O objetivo deste artigo está em apresentar aspectos da estética de Ricardo Ramos que se entrelaçam: o silêncio e o trágico. Tomamos como objeto a novela Os caminhantes de Santa Luzia e trabalhamos, analiticamente, dois capÃtulos. O desempenho do narrador evidencia-se significativo. O suporte teórico, neste sentido, foi Norman Friedman, conforme ele apresentou em “O ponto de vista na ficção: o desenvolvimento de um conceito crÃticoâ€. No caso, o emprego da onisciência seletiva múltipla adequadamente identifica a interação das personagens com o espaço. A teoria sobre o espaço de Osman Lins, conforme ele identificou na romanesca de Lima Barreto, esclarece que as personagens ambientalizam o espaço e este as caracteriza. O trágico foi amparado pela produtiva tensão entre Dioniso e Apolo, conforme Nietzsche argumentou em O nascimento da tragédia: helenismo e pessimismo. Utilizamos, ainda, as reflexões de Lukács em A teoria do romance para entender como criamos a produtividade do espÃrito e nos perdemos nesse processo que se constitui situação verdadeiramente trágica em que o silêncio nos resgata da palavra tornada venenosa.