Doenças fúngicas sistêmicas em pacientes internados em um hospital público de referência em Belém, estado do Pará, Amazônia brasileira

Revista Pan-Amazônica de Saúde (RPAS)

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ISSN: 2176-6223
Editor Chefe: Isabella M. A. Mateus
Início Publicação: 02/01/2010
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Multidisciplinar

Doenças fúngicas sistêmicas em pacientes internados em um hospital público de referência em Belém, estado do Pará, Amazônia brasileira

Ano: 2022 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: Yumi de Oliveira Ohnishi, Antonio Saulo Leão Pantoja, Luciano Sami de Oliveira Abraão, Natália Guedes Alves, Maria Deise de Oliveira Ohnishi, Rosana Maria Feio Libonati, Ana Maria Revorêdo da Silva Ventura, Vera Regina da Cunha Menezes Palácios
Autor Correspondente: Ana Maria Revorêdo da Silva Ventura | [email protected]

Palavras-chave: Micoses, Imunocompetência, Vírus da Imunodeficiência Humana

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

OBJETIVO: Determinar a prevalência de doenças fúngicas sistêmicas e os aspectos clínicos e epidemiológicos dos pacientes acometidos e internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto, em Belém, no estado do Pará, Brasil. MATERIAIS E MÉTODOS:Estudo transversal realizado por busca na base de dados do referido hospital, utilizando o Código Internacional de Doenças (CID-10) para identificar as doenças fúngicas sistêmicas em prontuários dos anos de 2008 a 2017, com subsequente análise dos aspectos demográficos, epidemiológicos e clínicos dos pacientes. RESULTADOS: Foram encontrados 859 registros de doenças fúngicas sistêmicas, com prevalência de 2,5% sobre o total de internações no período. As patologias fúngicas diagnosticadas foram candidíase (41,2%), criptococose (36,1%), histoplasmose (10,0%), aspergilose (5,5%), paracoccidioidomicose (3,8%), pneumocistose (2,0%), micoses não especificadas (1,2%) e mucormicose (0,2%). A maioria dos pacientes era do sexo masculino (61,7%), da faixa etária de 20-59 anos (81,8%), com mediana de 34 anos de idade, procedente da Região Metropolitana de Belém (61,5%) e possuía de 1 a 3 anos de escolaridade (33,7%). Dois terços eram portadores de HIV/aids, sendo o óbito um fator determinante para o menor tempo de internação nesse grupo (p < 0,05). Do total dos pacientes, 19,7% foram a óbito, cuja principal causa foi a criptococose. Comorbidades e complicações não influenciaram nos óbitos. CONCLUSÃO: As doenças fúngicas permanecem como importantes causas de óbito, principalmente em imunossuprimidos. A criptococose ainda determina expressiva morbimortalidade, sendo um desafio em todo o mundo.



Resumo Inglês:

OBJECTIVE: To determine the prevalence of systemic fungal diseases and the clinical and epidemiological aspects of patients affected and hospitalized at the João de Barros Barreto University Hospital in Belém, Pará State, Brazil. MATERIALS AND METHODS: It was a cross-sectional study carried out by searching the hospital's database, using the International Classification of Disease (ICD-10) from 2008 to 2017, with subsequent analysis of the demographic, epidemiological, and clinical aspects of patients. RESULTS: A total of 859 records of systemic fungal diseases were found, with a prevalence of 2.5% over the number of hospitalizations. The fungal pathologies diagnosed were candidiasis (41.2%), cryptococcosis (36.1%), histoplasmosis (10.0%), aspergillosis (5.5%), paracoccidioidomycosis (3.8%), pneumocystis (2.0%), unspecified mycoses (1.2%), and mucormycosis (0.2%). Most patients were male (61.7%), age group 20-59 years (81.8%), with a median of 34 years old, from the Metropolitan Area of Belém (61.5%), and had 1 to 3 years of schooling. Two-thirds of the patients had HIV/AIDS, and death was a determining factor for the shorter hospital stay in this group (p < 0.05). Of the total number of patients, 19.7% died, and the main cause was cryptococcosis. Comorbidities and complications did not influence the number of deaths. CONCLUSION: Fungal diseases remain an important cause of death, especially in immunosuppressed patients. Cryptococcosis still causes significant morbidity and mortality, being a global challenge.