O presente artigo apresentará no seu inÃcio uma abordagem geral e introdutória a respeito de dois poemas de Dora Ferreira da Silva (2003), Pierrot Lunar I e Pierrot Lunar II, mostrando possÃveis influências para a produção dessas duas artes literárias, bem como as intertextualizações teóricas pertinentes encontradas nos poemas, a exemplo da teoria de carnavalização de Bakhtin (2008). Em seguida, o artigo mostrará uma análise poética literária dos dois poemas já supracitados, tentando abordar e fazer pensar, respectivamente e ao mesmo momento (pois o poema II é uma variação do poema I), a ideia dual entre o tempo profano se opondo ao dia sagrado. Observaremos também o distanciamento e a aproximação do sujeito-lÃrico dentro da sua própria narração, apresentando, desse modo, os jogos temporais de passado, presente e futuro, as funções do tempo dentro dos poemas, o sentido das rimas e das métricas na composição dos textos analisados, a posição do eu-lÃrico em relação à menina metamorfoseada e a presença, em doses homeopáticas, de Gilbert Durand (2002), com seu Regime Noturno Sintético. Após isso, as considerações finais.