O estudo das migrações temporárias de trabalhadores rurais de Barras, PiauÃ, escravizados em outras regiões do PaÃs, possibilitou-me perceber que uma grande maioria destes sujeitos sai de áreas de reforma agrária do municÃpio. Nesse sentido, pretendo refletir sobre a estrutura fundiária local e os conflitos gerados, entendendo-os como ricos e reveladores para a compreensão das questões em torno do projeto de migração. As narrativas analisadas desvelam relações de trabalho, diálogos com a lei e a justiça, as possibilidades de sobrevivência no lugar de origem, dentre outras possibilidades. Enquanto os trabalhadores migram, suas famÃlias dão continuidade ao trabalho na roça e mantém a posse da terra. A migração e sujeição ao trabalho escravo são sustentadas, em parte, pela perspectiva de conseguir recurso para investir em suas terras ou mesmo de sustentar as suas famÃlias.