A metáfora é a produção de imagens que produz conhecimento através do trabalho da semelhança. Este tipo de acontecimento, estético por natureza, faz parte das obras de arte que exploram a ironia do reconhecimento. Tal operação, como um fenômeno de espelho, tem a virtude de produzir a imagem do mundo que vemos e em que nos vemos, porque nela compreendemos e nela estamos compreendidos. O olho olha. TruÃsmo e paradoxo, pois o olhar que pousa nas coisas não poderia permanecer. Pousar os olhos sobre as coisas significa, ao mesmo tempo, deixar de ver. Manter a imagem ad infinitum é uma possibilidade da câmera. Tal mecanismo ou modo de fixar imagens não serve para os olhos. O olhar percorre o que é visÃvel procurando significações, varre o mundo com a pretensão de descobrimento, alcança as coisas a distância, sem possessão. A experiência do olhar significa a percepção de imagens sob a opacidade do sensÃvel. Nele estão as “retinas fatigadas†do poema “No meio do caminhoâ€, isto é, visão em carne e osso, não em pensamento.