Resumo: Este artigo discute um tópico fundamental na antropologia,
a questão do trabalho profi ssional do antropólogo. Desconstruindo
a ideia de que o profi ssional estaria associado ao campo da antropologia
aplicada, questiona-se a clássica formulação que trata de
posições antagônicas nesse caso: de um lado, o trabalho teórico do
antropólogo e, de outro, o papel aplicado desse ofÃcio. Nesse contexto,
pergunta-se: a antropologia é sempre um trabalho profi ssional? Há
somente um trabalho antropológico? Com base na experiência junto
a comunidades mapuche, no sul do Chile, e a instituições públicas de
saúde nesse paÃs, procura-se desnaturalizar a referida polaridade que
tem acompanhado a história da disciplina, sugerindo a relação entre a
dupla atuação do antropólogo, i.e., a interdependência intencionada e
necessária entre antropologia implicada e antropologia fundamental,
compreendendo a antropologia para além dessa dicotomia.
This article discusses an important topic in anthropology:
the question of the professional work of the anthropologist.
Deconstructing the idea that professional work would be associated
to applied anthropology, the classical formulation is questioned
which deals with antagonistic positions, in this case: on the one hand,
the theoretical work of the anthropologist, and on the other, the role
applied to this work. In this context the questions that come up are:
Is anthropology always a professional job? Is there only one type of
anthropological work? Based on the experience of the author with
the mapuche communities of southern Chile, and in public health institutions in the same country, the paper seeks to denaturalize this polarity that
has accompanied the history of the discipline, suggesting a relationship between a
dual role of the anthropologist, that is, an intentional and necessary interdependence
between implicated anthropology and fundamental anthropology, understanding
anthropology beyond this dichotomy.